sexta-feira, 30 de novembro de 2012

"Eu quase que não consigo ficar na cidade sem viver contrariada"



Todo dia, o mesmo dilema...

A barriga da mamãe Capivara MarGinal X seres humanos sem restrições de mobilidade nos transportes públicos.

Barriga entra e diz: "Com licença, você pode me ceder o lugar?"

A indiferença humana nada empática vira a cara feia pro outro lado e responde: "NÃO!"

A boca toma as dores da barriga e retruca: "Compreendo, me desculpe. Deficiência mental e falta de consciência não é tão visível quanto gravidez."

E depois rapidamente, o corpo todo da capivara se contorce no desvio das cotoveladas a procura de outro lugar, com medo de uma reação mais selvagem dessa espécie tão imprevisível e ameaçadora.

Como é difícil a cor dar sensibilidade à se-mentes
tão opressoras!

[Giselda Gil, mamãe Capivara MarGinal, 10:23]