sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Introdução Alimentar - SEM TESÃO NÃO HÁ SOLUÇÃO.

Acredito que Dandara hoje com 1 ano e 8 meses de explorAÇÃO na Terra sob  meus cuidados de mãe-guardiã, continua em sua introdução alimentar complementar ao leite materno - modéstia a parte, seu mais rico e poderoso alimento. 

Agradeço diariamente à diversidade dos nutrientes disponíveis nas mais variadas frutas, verduras, legumes e grãos que podemos consumir diariamente, hoje em dia de forma melhor ainda que compramos a maioria direto do produtor rural que nos garante que não usa agrotóxicos.

Se eu disser que minha mente não me impulsiona a querer que ela se alimente quando os horários demandam e eu preparo o almoço ou o jantar, estarei mentindo. Desde o início, quando ela tinha 6 meses de vida mantida apenas através do meu leite e começou a experimentar e rejeitar os novos sabores, venho enfrentando um dilema dentro de mim mesma para não transformar esse momento de descoberta dela em alguma situação traumatizante. Meu trabalho constante é esse: preparar com amor e oferecer com carinho sem nenhuma (ou quase nenhuma) pretensão. E o que eu faço pra acalmar a mente que se apega no que já aprendeu até aqui nos padrões que vivenciou, mas que sente a ineficácia da repetição e necessidade de desconstruir? Busco informação, sigo a intuição e espero tudo naturalmente fluir...

Método BLW: técnica desenvolvida na Grã-Bretanha onde a criança tem a possibilidade de criar autonomia para se alimentar sozinha - o que minha avó sempre fez na zona rural de Minas Gerais deixando seus fio comer o que quisesse com as mão ;)




































Como repenso todos os dias, acredito que essa tensão da Introdução Alimentar é coisa de mãe e não de filho. A tranquilidade e a fluidez deve acompanhar essa fase de exploração para que as crianças não criem conceitos equivocados nesse momento tão precioso. Nós sabemos o quanto comer com fome e feliz é muito mais gostoso! 



Participo de um riquíssimo grupo de mães ativas que compartilham suas experiências e informações - um prato cheio pra quem gosta de discutir, aprender, refletir e repensar suas práticas na maternidade consciente. Sou muito grata por essa rede de boas ideias, e nesse assunto ganhei esse texto-presente:



NÃO CONSIGO FAZER MEU FILHO COMER - Carlos González

Seu filho sabe do que ele precisa.
Todos os animais do mundo comem o que precisam. Quando uma pessoa passeia pelo campo, ela não encontra animais mortos porque ninguém disse a eles o que comer. Cada um escolhe, além disso, a dieta adequada para a sua espécie; e é tão difícil encontrar um coelho comendo carne quanto um lobo comendo capim. 
Nós, adultos, também comemos o que precisamos sem que ninguém nos diga nada. As pessoas que fazem muito exercício comem mais e as que levam uma vida sedentária comem menos, sem que nenhum especialista tenha que calcular as calorias e dar-lhe a orientação por escrito. Sim, alguns têm certa tendência à obesidade, mas quando se pensa no que poderia acontecer e não acontece, nos damos conta de que nosso sistema de controle da quantidade de comida é muito bom. Se você comesse a cada dia um pouco além da conta, e engordasse vinte gramas diárias, ao final do ano teria ganhado 7,3kg, em dez anos 73kg (mais o que você pesa agora!). Se, ao contrário, perdesse cada dia vinte gramas, em oito ou nove anos teria evaporado completamente, deixando no chão uma pilha de roupas vazias, como os fantasmas dos filmes. E entretanto a maioria das pessoas consegue pesar a mesma coisa, ou um quilo a mais ou um quilo a menos, durante décadas. 
Dá-se a mesma coisa em relação à qualidade da dieta. O mortal comum não sabe nem de quais vitaminas precisa, nem de qual quantidade de cada uma delas, nem que alimentos as contém (sim, você sabe que as laranjas tem vitamina C; mas onde está a vitamina B1, a B12, o ácido fólico?); mas, apesar disso, praticamente ninguém, se não está passando fome por motivos alheios à sua vontade, sofre de escorbuto, de beri-beri, de anemia perniciosa ou de xeroftalmia. 
E como conseguimos isso? Cada pessoa, cada animal, tem mecanismos inatos que o fazem procurar os alimentos de que precisa e comer a quantidade adequada. Mas os que não se convencem com o raciocínio teórico talvez se interessem em saber que, além de ser lógico, isso está comprovado cientificamente. Nas seções seguintes, vamos explicar como as crianças escolhem sua dieta desde que nascem, alterando a composição do leite materno; e como alguns meses depois são capazes de escolher por si mesmas uma dieta adequada.
Papinhas à vontade também.
Já faz mais de sessenta anos que a Dra. Davis demonstrou, numa série de experimentos, que as crianças podem escolher por si mesmas uma dieta equilibrada. Ela oferecia a um grupo de crianças, entres seis e dezoito meses de idade, dez ou doze alimentos diferentes em cada sessão. Eram alimentos puros, sem misturar: cenoura, arroz, frango, ovo... As crianças comiam a quantidade que queriam do alimento que queriam, sem que nenhum adulto tentasse controlar seu consumo. Os maiores comiam sozinhos, os menores eram servidos, sem nenhuma insistência, por um adulto: começava com o primeiro alimento até que a criança fechava a boca, depois o segundo alimento e assim até o final. Durante meses, o crescimento das crianças foi normal e sua ingestão de nutrientes foi, a médio prazo, adequada, embora as variações de uma refeição à outra tenham sido tremendas, o pesadelo dos nutricionistas. As crianças comiam às vezes como um passarinho e às vezes
como um cavalo; e passavam por épocas em que comiam só um ou dois alimentos durante dias, para depois esquecê-los. De uma ou de outra maneira, ao final as crianças davam um jeito de consumir uma dieta equilibrada. Outros estudos mais modernos confirmaram que as crianças pequenas, quando se lhes permite comer o que querem, tanto em condições de laboratório como em sua própria casa, ingerem uma quantidade muito constante de calorias a cada dia, embora as variações de uma refeição à outra sejam enormes.
Mas a criança não vai se empanturrar de chocolate?
Se deixarem, é claro que sim. Ou, pelo menos supomos que sim; parece que não há estudos científicos que demonstrem isso. De todo modo, só se empanturram no primeiro dia e depois se fartam e continuam comendo uma dieta equilibrada. 
As crianças (e os adultos) gostam muito de doces e salgados, e costumamos comer demais de ambos. 


Se dispõem de um mecanismo inato para comer o que precisam, por que as crianças comem tanta besteira? 


Para entender por quê às vezes falha o mecanismo de controle é preciso levar em conta a teoria da evolução. Quando um animal come adequadamente, vive mais e tem mais filhos; a seleção natural, portanto, favorece os animais que tem uma conduta alimentar adequada. Mas a seleção natural demora muitos milênios para atuar, e a conduta que foi adequada em um certo momento pode deixar de ser se as circunstâncias ambientais mudam. 
De que servia para as crianças da caverna de Altamira o gosto por doces e salgados? Não só não havia chocolate, como também não havia sal nem açúcar. As coisas mais doces que tinham era o leite materno, seu principal alimento, e as frutas, carregadas de vitaminas. A coisa mais salgada, provavelmente, era a carne, uma fonte importante de ferro e proteínas. Assim, suas preferências os ajudavam a escolher uma dieta variada e equilibrada. Mas agora temos balas muito mais doces que as frutas e aperitivos muito mais salgados que a carne, e nosso mecanismo de seleção está um pouco desregulado. 
Ainda assim, é surpreendente a força do instinto na hora de escolher uma dieta adequada. Atente à publicidade: quanto menos saudável é um alimento, mais ele precisa ser anunciado. Aperitivos salgados, doces, refrigerantes... Algumas marcas, que já vendem milhões, continuam fazendo propaganda diariamente; elas sabem que, se não anunciassem, as vendas cairiam espetacularmente. Diferentemente disso, a lentilha, a maçã, o arroz e o pão não são anunciados quase nunca, e as pessoas continuam comendo-os. 


Se, por acaso, os especialistas consideram na atualidade que as crianças podem escolher uma dieta saudável, a condição é que lhes sejam dadas coisas saudáveis para escolher. Se você oferece para seu filho fruta, macarrão, frango e ervilhas, e permite que ele escolha o quê e quanto come, é certeza que a longo prazo terá uma dieta adequada... embora talvez passe dois dias só com ervilhas e depois um dia só com frango. Mas se ele tem que escolher entre fruta, macarrão, ervilha e chocolate, então ninguém garante que sua dieta vá ser equilibrada.
Finalmente: a responsabilidade dos pais se limita a oferecer uma quantidade de alimentos saudáveis. A responsabilidade de escolher entre essa variedade e decidir a quantidade que se ingere de cada um não corresponde aos pais, mas sim ao filho.


O que não deve ser feito na hora de comer:


A criatividade das mães na hora de fazer seus filhos comerem não tem limites (os pais costumam participar menos deste assunto, provavelmente mais por indiferença que por reflexão). Começam fazendo aviãozinho com a colher. Depois é hora de distrair (muitas mães usam sem pudor a palavra enganar) a criança com músicas, danças, bonecos ou a inevitável televisão. Em seguida vêm os pedidos (não faz isso com a mamãe!), as promessas (se você comer tudo eu te compro um dinossauro), as ameaças (enquanto você não acabar, não vai brincar), as súplicas (essa é pela mamãe, essa pelo papai, essa pela vovó), as vidas exemplares (olha o Popeye, como come espinafre!). Dizem que uns pais, ao observar que seu filho colocava na boca tudo o que encontrava no chão, tiveram uma ideia genial: todos os dias lavavam bem o chão e depois espalhavam pedacinhos de comida. 


Alguns métodos dão vontade de rir, mas outros dão vontade de chorar, sobretudo na criança.

Vejamos alguns exemplos:

A persistência


Meu filho de cinco meses e meio não quer aceitar a colher. Comecei a tentar aos quatro meses, mas por mais que tentasse (com muita paciência) o menino gritava, cuspia e chorava. Então eu tive que colocar o conteúdo dos potinhos e papinha na mamadeira. Agora faz dias que ele come umas quatro ou seis colheradas sem reclamar, mas depois acabou! Faz uns dias que comecei a colocar a chupeta nele depois de cada colherada, e assim ele acaba tudo.


Muita paciência? Essa é outra confusão.


Paciência seria ter aceitado que seu filho ainda não queria papinhas. Essa mãe não foi muito paciente, e sim muito insistente (se seu filho pudesse falar, provavelmente usaria uma palavra mais forte, chata no mínimo). Ao colocar nele a chupeta depois de cada colherada, o reflexo de sucção engana a criança: em vez de cuspir, ela engole. Passam uns dias e parece que funciona; mas com certeza logo deixará de funcionar. A criança adoeceria se continuasse comendo tudo durante muito tempo, e a natureza raramente permite que isso ocorra.
Ele encontrará outra maneira de cuspir, apesar da chupeta, ou aprenderá a vomitar.


O que fazer se ele já não come - Um experimento que mudará sua vida:


Sua filha não come. Faz meses, talvez anos. Você já tentou de tudo, mas a situação não melhora. Você espera com terror a hora das refeições e na maioria dos dias acabam as duas chorando.
Sua filha não vai mudar. Ao menos não até que o corpo dela peça mais comida, talvez por volta dos cinco anos ou talvez na adolescência. Sua filha de três anos não pode vir amanhã ou segunda-feira e dizer: "Mamãe, estive pensando e decidi que a partir de agora comerei tudo o que você me der sem reclamar. Desse modo você compreenderá que eu te amo muito e espero que nossa relação melhore diante desse gesto de boa vontade." Sua filha não é capaz de pensar algo assim e se o fizesse seria incapaz de manter sua promessa (pois, como já explicamos, ela é fisicamente incapaz de comer mais do que precisa sem adoecer). 
Portanto, a única esperança de mudança vem de você. Você sim pode dizer à sua filha: "Minha filha, estive pensando e decidi que a partir de agora não tentarei te obrigar a comer quando você não tiver fome, nem comidas que te deem nojo." E você pode sim (embora, claro, vá ser difícil pra você) manter a sua palavra. 


Que fique bem claro que não estamos propondo um novo método para que sua filha coma mais. Comerá o mesmo que antes, um pouco mais ou um pouco menos. A questão é que coma contente e feliz e em um tempo razoável, não em duas horas de choros, brigas e vômitos. 
Que fique também claro que não estamos falando de render a sua filha por fome. A idéia não é: "Você é uma menina mal educada, por isso agora vou levar seu prato embora e você vai saber o que é passar fome. Quando você quiser comer, vai me pedir por favor." Isso, além de injusto, seria perigoso; é iniciar com sua filha uma disputa de "vamos ver quem é a mais teimosa" e nisso as crianças costumam ganhar. Em duas ocasiões vi (ou mais exatamente, me contaram anos depois) falhar o método de "não obrigar a criança a comer"; em ambos os casos foi usado como um castigo (embora não tenham sido pronunciadas exatamente essas palavras ou não se pronunciasse palavra nenhuma).
O oposto disso, o que defendemos, é o respeito à liberdade e à independência das crianças. O enfoque correto é: "Não está mais com fome, querida? Muito bem, então escove os dentes e vá brincar." 
Para a maioria das mães, sobretudo as que tem anos de briga por causa de comida, é muito difícil fazer essa mudança, deixar de obrigar seus filhos. Todas as mudanças são difíceis. E o assunto da comida é especialmente angustiante. Conheci mães que, nos primeiros dias que tentaram não obrigar seus filhos, tiveram que sair pra chorar em outro cômodo. Você pensa, honestamente, que sua filha não comeria se você não a obrigasse. Você pensa que ela teria uma anemia, ou até que "morreria de fome". Para adoecer gravemente, sua filha primeiro tem que perder peso. Muito peso. Lembre-se de como ela perdeu peso quando nasceu; muitas crianças perdem 250g em dois dias e voltam a recuperá-las em menos de uma semana, sem nenhum problema. Se sua filha não come, perderá peso. Tem que perder muito para que realmente exista um perigo. Essas criancinhas desnutridas da África que vemos nas fotografias perderam (ou nunca ganharam) cinco ou sete quilos.


Portanto, existe um meio muito simples com o qual você pode controlar o estado de saúde da sua filha e se assegurar de que ela não corre nenhum perigo: uma simples balança. Enquanto sua filha não tiver perdido um quilo de peso, não haverá nenhum problema. Digo um quilo (talvez um pouco menos em bebês pequenos, digamos uns dez por cento de seu peso), porque oscilações de peso menores são totalmente normais, e você acabaria louca se desse atenção a elas. Se você pesar sua filha antes e depois de ela tomar um copo d'água, ela terá ganhado duzentos e cinquenta gramas. E se você a pesar antes e depois de ela ter feito xixi e cocô, terá perdido quase meio quilo. Menos de um quilo não tem importância, e está ainda muito longe do que poderia ser perigoso. 


Mesmo se os argumentos expostos neste livro não tiverem convencido você, mesmo se você continua convencida de que sua filha "se não for obrigada, não come", peço que teste o método, como um experimento. Você não tem nada a perder. Faz meses ou anos que você está nisso, você tentou de tudo. Se você tiver razão, se sua filha não comer nada quando não for obrigada a comer, perderá um quilo, e o perderá muito rápido (um recém nascido pode perder 250g em dois dias apesar de mamar no peito ou na mamadeira, o que quer dizer que sua filha pode perder um quilo em menos de uma semana, se realmente não come nada). Se você tiver razão, o experimento só terá durado uma semana ou menos. Volte a obrigar sua filha como antes e ela rapidamente recuperará o bendito quilo. E você terá o direito de contar a todas as suas vizinhas que o livro do Dr. González é uma besteira. 


Mas se quem tem razão sou eu, se ao deixar de obrigar sua filha a comer, ela não perder um quilo, isso quer dizer que ela comeu a mesma quantidade com você obrigando-a que sem ser obrigada. Quantas horas você gasta para dar o café da manhã, o almoço, o lanche e o jantar da sua filha? Muitas mães gastam mais que quatro horas por dia, quatro horas de choros, gritos e vômitos. Agora, sua filha poderá levar cerca de uma hora por dia para fazer as quatro refeições, e parte desse tempo você nem sequer terá que estar presente. Pense nas coisas que pode fazer com o tempo que sobra: ler livros, escrevê-los, estudar piano... ou, simplesmente, fazer coisas mais agradáveis com a sua filha. Dedicar essas horas para contar histórias a ela, desenhar, construir coisas, brincar, ajudá-la com a lição de casa... Se o experimento funcionar, sua vida, a da sua filha e a de toda a sua família vão mudar. 


Em resumo, o experimento é o seguinte:
1 - Pese sua filha em uma balança.
2 - Não a obrigue a comer.
3 - Volte a pesá-la após algum tempo.
4 - Se ela não perdeu um quilo, continue sem obrigá-la a comer e volte ao passo 2.
5 - Se ela perdeu um quilo, o experimento acabou. Faça o que você quiser.



(Excertos do livro "Mi niño no me come", de Carlos González - tradução de Lia)


Enfim, mais uma vez a natureza nos mostra que é Senhora em seu papel.
Depois de ler isso, rediGi essa reflexão e compartilho com quem se encontrar na nossa experiência em constante aperfeiçoamento e transformAÇÃO.

ComunicAÇÃO:
Recado pra babá pregado na geladeira pra não nos deixar esquecer.

sábado, 18 de outubro de 2014

a vida viva e ativa X a passividade televisionada

Axé! Axé! Capoeira é pra homem, menino e mulher...
Acredito que qualquer pessoa dotada de razão e sensibilidade para agir e ter escolhas mais conscientes principalmente frente à uma criança que se apresenta como uma verdadeira esponja sensorial de tudo que recebe, seja capaz de perceber a diferença entre o que foi produzido a partir de interesses comerciais e o que foi criado para propagar o amor à arte - parâmetros essencialmente contrários.

Me perguntam o motivo pelo qual não costumo colocar a Galinha Pintadinha e o por quê da Dandara ainda não conhecer a Pepa nem o Patati Patatá, e então convido a todos à uma reflexão simples:


Começando pela quantidade de cores gritantes e formas psicodélicas em que esses desenhos se apresentam com repetições e artifícios que hipnotizam até a nós adultos remetendo-nos a uma viagem de lsd, imaginem o que não são capazes de fazer com uma cabecinha em plena descoberta e absorção dos estímulos externos. Essa talvez seja a justificativa dos pais adorarem essas babás televisionadas, pois os bebês ficam tão quietinhos assistindo enquanto eles podem realizar suas demais tarefas que é impossível resistir a esses momentos de paz sem choros, manhas ou birras, não é mesmo? NÃO!
O que é normal para muitos que se identificam com essas práticas do que os avanços tecnológicos e tendências massificadas podem nos proporcionar, para mim significa uma covarde domesticação e limitação do desenvolvimento infantil.

Meu segundo pensamento crítico sobre esses personagens relaciona-se com a questão da perigosa prática consumista que a maioria dos seres terrenos atuais concebem como modo de vida, essa cultura catastrófica que escraviza o ser em busca incessante pelo ter; a razão pelos desastres ecológicos e ambientais, o princípio dos vícios, da auto-destruição e aprisionamento em relações cada vez mais plásticas e supérfluas de preços que transcendem seus reais valores.
Ou seja, qualquer pessoa que se disponibilize a pensar e refletir e se responsabilize pela consequência de seus atos é capaz de perceber a essência comercial e influência consumista que esses desenhos estimulam no interesse das crianças desde muito cedo.
Basta ir a um supermercado, loja, shopping, etc. para ver aonde milhares deles moram e esperam para serem comprados. Do creme dental a fórmulas de leite, em roupas, calçados, brinquedos, temas para festas...como uma praga, eles estão em toda parte.
E lhes pergunto, isso faz bem à quem?

Enquanto ocupo o papel de guardiã, a responsabilidade dessa missão por aqui busca em primeiro lugar a sabedoria dos instintos e sutileza ao guiar seus caminhos e depois a afinação da consciência para a tomada das melhores escolhas dentro da minha limitação atual. Na praticidade instantânea do mundo CAPETAlista que aprisiona a liberdade infantil na proliferação de seus robôs, esse pode parecer um modo complexo de se viver, mas vivo-o de forma tão simples como a vida na Terra se manteve menos destrutiva e feliz até o final do século XVIII. 


Costumo mostrar à ela possibilidades reais, que existem dentro e fora da telinha. A internet nos proporciona vídeos de crianças fazendo capoeira, o que nos enriquece de aprendizado à praticas constantes. A movimentação do corpo e exercícios anti sedentarismo exige sim muita disposição para acompanhá-la, mas prefiro chegar ao fim do dia cansada de tanto brincar com ela do que ver minha plantinha crescer parada, retraída, obesa e doente - assim como o sistema quer, mas por aqui NÃO PODE!

"eu sou popoeira..." - 1 ano e 7 meses já sabendo até cantar além de imitar vários movimentos que essa bendita expressão cultural brasileira que mistura arte marcial, esporte, cultura popular e música nos proporciona três vezes por semana.
O que sinto ao compartilhar as aulas com ela é algo tão mágico e gratificante que supera qualquer cansaço e/ou dificuldade na realização desse sonho acordado.


A escolha de seu nome foi uma homenagem à uma Guerreira Capoeirista e à todas as almas resistentes do Quilombo dos Palmares.

Viva Dandara!!! Viva Zumbi!!!
Salve Capoeira!!! AXÉ!!!

Giselda Gil / Mamãe Capivara Humanizada.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Tablet educATIVO

ATENÇÃO!!!

Essa não é uma demonstração relativa aos métodos behavioristas e qualquer alusão à caixa de Skinner e suas teorias de modelagens e condicionamentos operantes está descartada em sua essência de criação e uso/filmagem.
Inspirada nos estudos do Método Montessori que "enfatiza a possibilidade de se libertar a verdadeira natureza do indivíduo, para que esta possa ser observada, compreendida, e para que a educação se desenvolva com base na evolução da criança, e não o contrário" + a resistência da mamãe Capivara MarGinal aos padrões educacionais CAPETAlistas vigentes que enchem as crianças de estímulos sem sentido e tanto limita o desenvolvimento infantil, criamos em julho/2014 nosso próprio Tablet (tábua/painel) educATIVO.

No início, ela com 1 ano e 4 meses explorava tudo por algum tempo e íamos aos poucos lhe informando os nomes e pra quê servia cada item de forma lúdica e descontraída sem nenhuma pretensão imediata que decorasse, repetisse e/ou nos desse a esperada resposta de "ensinagem". Adaptamos o Tablet/painel a um cavalete à sua altura e fica à disposição na sala de casa. Sua exploração continua ilimitada e eu sou quem fico surpreendida com suas descobertas e brincadeiras.

Hoje, ela com 1 ano 7 meses/20 dias traz seus outros brinquedos pra perto do Tablet e lava louça, fala no "telefone", acende e apaga a luz da casa, dá banho nos bichinhos e bonecas, abre e fecha a porta, se vê no espelho e se mostra pra gente... na verdade, ela associa as possibilidades e aprendizados que vivencia em seu cotidiano com as suas próprias brincadeiras e eu acho isso lindo!!!


"Por que crianças não devem ter smartphones e tablets antes dos 12 anos?

Dois grandes institutos da América do Norte — Sociedade Canadense de Pediatria e Academia Americana de Pediatria — foram responsáveis por uma série de estudos bem profundos sobre isso. Seguem as conclusões:

1. Problemas de desenvolvimento cerebral

Os cérebros dos bebês crescem muito rapidamente nos primeiros anos de vida. Até completar dois anos, uma criança tem seu órgão triplicado em tamanho. Nesse período, os estímulos do ambiente — ou a falta deles — são muito importantes para determinar o quão eficiente será o desenvolvimento cerebral. Alguns estudos mostram que a superexposição a eletrônicos nesse período pode ser prejudicial e causar déficit de atenção, atrasos cognitivos, distúrbios de aprendizado, aumento de impulsividade e diminuição da habilidade de regulação própria das emoções.

2. Obesidade

Você já deve ter ouvido alguma afirmação similar a: “As crianças do século 21 fazem parte da primeira geração de pessoas que não vai viver mais do que os próprios pais”. Um dos grandes motivos para isso é a obesidade, que pode sim estar ligada ao uso excessivo de eletrônicos. Estima-se que crianças com aparelhos no próprio quarto têm 30% mais chance de serem obesas do que outras.

3. Problemas relacionados ao sono

A constante utilização dos aparelhos pode acabar gerando dependência em diversos graus diferentes. Um dos problemas relacionados a isso está no fato de que muitas crianças deixam de dormir para jogar, navegar ou conversar nos aparelhos. Além das consequências psicológicas causadas por isso, também é preciso lembrar que a falta de sono noturno pode gerar problemas de crescimento.

4. Problemas emocionais

Há estudos de diversas partes do mundo ligando diretamente a utilização excessiva de tecnologia a uma série de distúrbios emocionais. Entre os mais citados pelos pesquisadores estão: “Depressão infantil, ansiedade, autismo, transtorno bipolar, psicose e comportamento problemático”. Crianças tendem a repetir comportamentos dos adultos e de personagens que consideram referências. Logo, a exposição a jogos e filmes com violência excessiva pode causar problemas de agressividade também às crianças de até 12 anos.

5. Demência digital

Psicólogos e pediatras dos institutos já mencionados afirmam: “Conteúdos multimídia em alta velocidade podem contribuir para aumento o déficit de atenção.”. Além disso, a exposição a isso também causa problemas de concentração e memória. O motivo para isso seria a redução de faixas neuronais para o córtex frontal, que acontece pelo mesmo motivo recém-mencionado.

6. Emissão de radiação

A discussão sobre a relação entre o uso de celulares e o surgimento de câncer cerebral ainda é bem polêmica — e pouco conclusiva. Mas há algo em que os cientistas concordam: as crianças são mais sensíveis aos agentes radioativos do que adultos. Por causa disso, pesquisadores canadenses acreditam que a radiação dos celulares deveria ser considerada como “provavelmente cancerígena” para crianças.

Independente do quanto os médicos norte-americanos culpam os celulares e tablets por uma série de problemas infantis, é importante sempre ficar atento aos usos de cada aparelho. Manter os eletrônicos aliados à educação das crianças pode ser uma saída muito interessante, mas sempre evitando os excessos e a superexposição a conteúdos agressivos."

Fonte(s): Huffington PostDaily MailPediatrics AAPPBSTeen Drug Rehabs / tecmundo.com.br

domingo, 12 de outubro de 2014

"Cuide bem do seu Amor, seja quem for..."

Véspera do "Dia das Crianças" = sair pra comprar?
NÃO!!!
Por aqui, ontem foi dia de levar os ursinhos e bonecas pro SPA!
Além de tirar os ácaros e poeira que esses bichinhos guardam, a diversão foi garantida em dar banho neles neste sábado de sol.

Orelhudo, Rita Lee, Elke Maravilha e companhia banhados pela sagrada luz solar

brinquedo X brincadeira

de que vale o presente sem a presença permanente?
de que vale o brinquedo sem ter alguém pra brincar?

eu tive sorte.
cresci cercada de irmãos-primos (de acordo com a proximidade afetiva e não sanguínea), que troquei as experiências mais marcantes na fase que mais aprendi o que acho que agora sei sobre mim. Sinto que foram os esconde-esconde, os pega-pega, os polícia e ladrão, os é esse, as corridas, as quedas de patins, skate ou bicicleta, os namorados que eram vassouras, os ensaios e coreografias de danças pra festas, as viagens pro espaço ou pro fundo do mar, as encenações da vida que achávamos ser perfeita, etc que plantaram em mim a visão de mundo plural e movimentado que tanto preciso pra viver e refletir AGORA. Agradeço aos quebra-paus constantes, aos ficar de mal e as reconciliações que aconteciam de forma natural às vezes logo na sequência de uma briga pois precisávamos uns dos outros para completar a brincadeira. Acredito que foi nessa época que senti o que significa o perdão e a convivência com as a/diversidades. Sou muito grata por não ter crescido dentro de uma bolha, de um núcleo familiar pequeno que se fixa às suas limitações e se adoece entre si. Sigo grata por desde pequena ter experienciado o valor de conviver com as diferenças dentro da verdade mesmo que dolorosa, de ter tido coragem de sair da zona de conforto mesmo se depois do realizado e maravilhoso banho de chuva ou de lama o que me esperava em casa fosse uma surra ou um castigo.
"Sou da selva, sou leão sou demais pro seu quintal" 
Reconheço todos os dias e sigo grata à minha origem e alma periférica, que não me coloca nos ilusórios ego-centros da realidade que ascende em detrimento da felicidade dos outros.
Vejo claramente que o que o sistema CAPETAlista quer são robôs passivos e hipnotizados pela atratividade limitadora das tecnologias avançadas. Nunca se esqueçam que "o senhor da guerra não gosta de crianças!" Salve-se quem puder!!!
Pelo resgate da essência criAtiva que todos têm e sistema televiso nenhum é capaz de corromper.
Feliz todo dia, crianças!!!
Gi / Giselda Gil / Capivara MarGinal
Feliz todo dia, crianças!!!

sábado, 11 de outubro de 2014

improvisAÇÃO

domingo, dia lindo
de sol e eleições
minha mãe foi votar
minha filha dormiu
e eu que cubro e redescubro meu título,
eleGi a ARTE e o AMOR
que permitem fluir minhas emoções
mesmo que de um modo ridículo, ela sorriu.

Em menos de 30min
transmutando qualquer dor
realizei meu direito mais prazeroso:
a ação expressa, a improvisAÇÃO
deixar a arte descontraída falar por mim
refletindo minha escravidão à alegria 
perguntando se todo carnaval tem seu fim

contemplando a beleza aproveitável do dia
sem tempo pra ensaio ou correção
aGir, entregar, colocar pra fora toda a insPiração

dentre as falácias da imposta democracia
escuto alguém passar na rua e dizer:
ah votei, ele me pagou 150 conto
reconhecendo meu desejo minoria me refuGiei no meu canto
e sem me sentir segura em transferir meus deveres e eleger um representante, apenas canto.

fico com a pureza das respostas das crianças
e pode parecer utopia, mas escolhi me governar
encontrar dentro de mim a maior segurança
e viver plena cada responsabilidade sem tanto reclamar...
minh'alma se manifesta numa eterna festa: DEIXA EU BRINCAR!!!

ImprovisAÇÃO "Todo Carnaval tem seu fim" (?)- vídeo: 



Essa foi a segunda tentativa de filmaGi / vídeo sem corte com alguns erros, QUEBRANÇAs e edições toscas para não deixar esquecer a essência da coisa - Dandara acordou logo na sequência (como mostra foto dela surpresa com minha aparência) e minha mãe chegou reclamando da bagunça (sussa) - quem me/se (re)conhece sabe que é isso aí.
Beijos de corAÇÃO pra corações sinceros,

Gi.
Fotos do resultado pós gravação:


instrumentos da loja de 1,99 + sanfona de caixa de leite feita por mim
E fez-se festa no quintal
Com vizinhos e pássaros conversando
plantas, brinquedos e luzes interagindo 
embaixo das roupas quase secas no varal


Caos criATIVO:
corre corre porque vovó logo chega e neném vai acordar...
SURPRESA!!!

Acordar e ver a mamãe assim: Será que ainda estou sonhando?


sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Mesa e cadeira das tias

Você sabe o que significa o termo OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADA?

"É a decisão do produtor de propositadamente desenvolver, fabricar e distribuir um produto para consumo de forma que se torne obsoleto ou não-funcional especificamente para forçar o consumidor a comprar a nova geração do produto.
A obsolescência programada faz parte de um fenômeno industrial e mercadológico surgido nos países capitalistas nas décadas de 1930 e 1940 conhecido como "descartalização", e é totalmente nociva ao meio ambiente, sendo considerada uma estratégia não-sustentável. A obsolescência programada faz parte de uma estratégia de mercado que visa garantir um consumo constante através da insatisfação, de forma que os produtos que satisfazem as necessidades daqueles que os compram parem de funcionar ou tornem-se obsoletos em um curto espaço de tempo, tendo que ser obrigatoriamente substituídos de tempos em tempos por outros produtos mais modernos."

Ou seja, quebrou - joga fora - compra um novo.
Você consegue refletir o quanto se tornou escravo à isso?

Dandara 1 ano e 7 meses hoje, com a sua mesa que foi das suas tias mais velhas há mais de 30 anos atrás.

Opto pela reutilização e reciclagem pelo valor que transforma simples coisas em utensílios memoráveis pela nossa interação direta durante a criação e a manutenção dos mesmos.
Valor esse que transcende o preço, que transcende a compra através do cuidado e transformAÇÃO!
A sociedade CAPETAlista que tenta em vão substituir presença com presentes, torna as relações afetivas cada vez mais plásticas e descartáveis conforme seu sistema de produção.
A mesa com duas cadeiras que Dandara faz suas refeições diárias e ainda brinca com sua boneca (na foto acima) e almoça com a amiga Maria )(na foto abaixo), pertenceu às minhas irmãs mais velhas há 30 anos atrás. Foi usada por mais três primos mineiros pois minha mãe não as levou para São Paulo quando deixou sua terra nos anos 80 em busca de melhoras condições na cidade grande. Em meio a esse tempo, a mesa com as duas cadeiras foram usadas e conservadas com carinho pelos meus tios e primos e confesso que do jeito que eu era "destruidora" quando criança, talvez elas não teriam resistido por tanto tempo. Enfim, agora que voltamos para a cidade da minha família, as encontramos em perfeito estado e tenho/terei orgulho em poder contar que ela usa coisa que foi das suas tias!
Refletimos juntos: se até o que registra hoje em dia com qualquer pane perde-se todos os momentos ali gravados, imagine quanto à memória perceptiva e sensorial de nossas crianças como fica com a troca constante de seus brinquedos, instrumentos e demais objetos de uso? 
Vão tudo pro lixo?

Dandara dividindo a hora do almoço com a amiga Maria Clara - feliz estou por proporcionar esses momentos e reGistros.




quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Pilates

"O pai de Pilates era um ginasta premiado de descendência grega. A mãe era uma naturopata que acreditava em estimular o corpo para a auto-cura sem medicamentos ou cirurgias. As filosofias de cura da mãe e as realizações do pai foram as grandes influências nas ideias de Pilates para os exercícios terapêuticos."



Dandara - jan/2014 no Pilates com a Vovó


Fico aqui contemplando a beleza em poder usufruir e compartilhar com ela eventos, ambientes e diversas atividades de nosso corpo vivo em ação: Capoeira, "Gioga", Pilates, Danças, Brincadeiras, "Artes Marcianas" e tudo que nossa imaginAÇÃO ilimitada e atração positiva nos permite.

Vê-la interagindo e absorvendo o exemplo vivo/ativo anti-sedentário - o contrário do que a TV CAPETAlista impõe, me dá um alívio de confiança no plantio e esperança dela crescer cada vez mais saudável e ativa!
Oh grande benção linda em estar viva!

Agosto/2014 Dia incrível com Dandara no Pilates: 1 ano e 5 meses de pura interAÇÃO e sintonia.
Ao entrar em contato breve com a história de vida de Joseph Pilates, refleti sobre a importância do apoio e exemplos dos pais, da família, dos estímulos, do meio tanto como referência positiva, nas situações repressoras e na superação das adversidades. Hoje me sinto feliz por me sentir um exemplo vivo que impulsiona a criAÇÃO.
de dentro pra fora - de fora pra dentro

Achei tão lindo este vídeo - Uma História Animada de Pilates:


Caixas de leite vazias dando bobeira?

na rua, na chuva ou na fazenda
você é o que você inventa.

Fantoche Macaco: Amor, Caixa de leite, Papel, Recorte de revista, fita adesiva, pincel e tinha.
Enquanto alguns dormiam, outros brincavam e estes que estavam perto de mim, respeitaram curiosos o passo a passo da dedicação das minhas mãos atrás de um resultado feliz. Quando ficou pronto, curtiram bastante o macaco falante e juntos brincamos mais ainda! Uma coisa tão simples que traz exemplos tão valiosos de cooperação, paciência, criatividade, reciclagem, imaginação...

Bolsinha Porta-treco: Amor, Caixa de leite, Recorte de revistas e fita adesiva.

Quem diz que não é possível criar nada com crianças por perto, é que não tem nenhuma vocação para se aprender enquanto ensina. Sou grata pelo presente, rego as sementes e respiro vida viva...criATIVA!!!

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

"Felicidade...

...é uma casa pequenina, é amar uma menina e não ligaaaaaaaaaar pro que se dizzzz"
(Quando você crescer - Raul Seixas)

PULA-PULA!!!

pernas pro ar
estar sempre disposto a cuidar e repartir
sorrir na queda
se superar
compartilhar a Sagrada Alegria
morrer de AMOR
contemplar a beleza
e renascer sorrindo.

sábado, 4 de outubro de 2014

mãe índia 10 x 0 médica recém formada

Nossa cultura corrompida valoriza o "Dra." antes do nome ao invés da experiência de vida. E num imaginável diálogo com a nova médica da cidade, com pouco mais idade do que eu, deu-se a troca de sabedorias. Médica essa que chegou com o ar de superioridade inconveniente ao me ver amamentar Dandara (1a7m) durante uma reunião familiar:

-Nossa, mas ela com esse tamanho todo e você ainda a amamenta?
-Sim!!! - sorridente, orgulhosa, objetiva, esperando o próximo ataque
-Mas índia, eu sei que é difícil pra mãe... mas você sabe que depois de um ano, o leite materno NÃO TRAZ NENHUM BENEFÍCIO né?
-Claro que traz!!! - sorridente, orgulhosa, objetiva, esperando o próximo ataque
-NÃO TRAZ! NÃO TRAZ! - se achando a última bolacha do pacote
-Sabia que ela que nunca fica doente, teve há uns dias atrás uma inflamação de garganta que não conseguia comer NADA além do mamar? Sabia que a levei no pediatra que até estranhei em não ser desse tipo...
-como eu - envergonhada
-sim, desse tipo que prescreve fórmulas e alimentos industrializados visando mais praticidade do que saúde. Então, esse pediatra disse que sorte dela que ainda mama, pois senão teria que ficar num hospital tomando soro para hidratar - orgulhosamente confiante em seus preciosos poderes maternos de índia, de terra, de vida...
-É mesmo. Tá vai, você venceu! - ironicamente sem muito aceitar a derrota
- Ela come muitos legumes e verduras, grão de bico, lentilha, quase nada industrializado além de uma bolachinha ou algum pão integral com vários grãos... - destilando seu veneno escorpiano de Gingança
-Ai, quero ser assim quando eu tiver o meu bebê também!

 sorrisos e fim do jogo.

E pra visão limitada que não percebe os benefícios que a amamentação traz à vida viva, segue as porcentagens científicas atendendo a sua racional prece que no segundo ano (12 aos 23 meses) 448ml de leite materno fornece:

29% da energia
43% das proteínas
36% do Cálcio
75% da vitamina A
76% do ácido fólico
94% da vitamina B12
60% da vitamina C

de que uma criança necessita

Fonte - Dewey, 2001.