O dia todo é dela: do primeiro ao último, aproximadamente às 23h, são incontáveis mamás... mamá, mamãe, mamuuuuui (reação brava quando alguém encosta em mim ou pega alguma coisa minha), "qué" e água são as palavras mais repetidas - e eu me orgulho em ser essencial e por estar em prazerosa prontidão, sendo assim a mais pedida. Colo, chão, contração e expansão, flexibilidade em ação e desde que dei a luz é assim: um mundo nasce a cada segundo e cócoras desde o parto continua sendo minha posição preferida! É tudo novo fora do ovo! É mágico trabalhar, desconstruir e renascer a autonomia! É mais do que leite, é mais do que seios e boca, é meu coração ultrapassando as vias das veias para chegar e embalar seu sonhos feito um balão vermelho pulsante que nos suspende pela mesma linha, cochilo e posso me sentir carregada pela vibração dessa delicada sintonia. Ela que antes era uma calupsita que só berrava, aos poucos se torna um papagaio elefante que tanto aprende, memoriza e nos imita. E eu que me intitulo uma capivara pelas adversidades enfrentadas e resistências vividas, me conecto agora com a maternidade das aves e me vejo corujamente protetora dentro dum buraco de uma árvore amável, confortada e acolhida. Somos água, ela sentimento puro de peixes com peixes e eu escorpião com áries que navegando por todos os possíveis mares, sigo agradecendo a esse fogo aceso na superfície do meu fluído rio, pois nada seria sem o espontâneo entusiasmo que me distancia dos pesares e nunca deixa meu peito vazio - Dá vontade de filmar e transmitir a todo mundo cinza que de mais cor precisa, essa conexão tão sutil e bonita! Por todos os tempos e lugares, maternar é atemporal e no âmago da terra esta mensagem está escrita. Quem puder que parta e sinta! Quem quiser que se permita! O poder da natureza, está em nossas mãos - ei Mulher, você nasceu bebê! - REFLITA!
Giselda Gil/Capivara MarGinal,
GRATIDÃO VIDA ATIVA.
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